Manaus – Prometido como solução para os constantes congestionamentos na Zona Leste de Manaus, o polêmico Complexo Viário Rei Pelé — popularmente chamado de “viaduto da morte” teve sua entrega adiada pela quarta vez pela Prefeitura de Manaus. A nova promessa de inauguração, inicialmente marcada para esta segunda-feira (16), foi empurrada para o fim de junho.
Orçada em R$ 82,8 milhões, a obra acumula atrasos, transtornos no trânsito e críticas da população. A construção, que deveria ter sido concluída em um prazo de um ano e seis meses, já ultrapassa dois anos sem finalização. Enquanto isso, motoristas e motociclistas seguem enfrentando diariamente longos congestionamentos e riscos de acidentes na Avenida Autaz Mirim, um dos principais corredores de tráfego entre as zonas Norte e Leste da capital.
A confirmação do novo adiamento foi feita pelo próprio prefeito David Almeida (Avante), que mais uma vez atribuiu o atraso às “condições climáticas adversas”. Até o momento, apenas duas pistas foram parcialmente liberadas: uma que conecta a Avenida Itaúba à Avenida Camapuã e uma alça lateral da Camapuã com acesso à Grande Circular, no sentido Terminal 4, no bairro São José.
Além dos transtornos de mobilidade, a obra já é marcada por episódios trágicos. Três mortes foram registradas durante o período de construção. A mais recente, do mototaxista Marcelo Augusto, de 32 anos, motivou uma manifestação de familiares e amigos no último dia 19 de maio. Sob o lema “Justiça por Marcelo”, o grupo cobrou da gestão municipal medidas urgentes para garantir a segurança no local e evitar novas vítimas.
Enquanto a Prefeitura de Manaus segue acumulando promessas não cumpridas e adiamentos sucessivos, a população cobra mais responsabilidade, transparência e, principalmente, respeito aos prazos e à vida.
