Manaus (AM) – A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) concluiu as investigações sobre o assassinato de um homem ocorrido no dia 18 de dezembro de 2024, no bairro Flores, zona Centro-Sul de Manaus. O crime, que inicialmente havia sido tratado como latrocínio (roubo seguido de morte), foi desvendado como uma execução planejada e motivada por disputas comerciais e pessoais.

De acordo com a delegada Marília Campelo, titular da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), dois homens foram presos por envolvimento direto no homicídio: Gabriel Dias da Silva, conhecido como “Dias Gato”, apontado como o executor, e Marlindo Oliveira, empresário da região e considerado o mandante do crime.
Simulação de assalto
Segundo as investigações, a vítima estava em momento de lazer, jogando dominó com amigos em frente a um bar, quando foi surpreendida por Gabriel, que efetuou ao menos cinco disparos à queima-roupa. Após os tiros, o criminoso recolheu os celulares da vítima e de outras pessoas presentes no local, numa tentativa de simular que o crime teria sido um assalto mal sucedido.
Motivações: ciúmes e rivalidade comercial
Ainda conforme a delegada, a motivação do crime teve dois principais fatores: rivalidade comercial e questões pessoais. Marlindo Oliveira é proprietário de uma casa de massagens na mesma região e, meses antes do homicídio, teve um desentendimento com a vítima, que havia aberto um estabelecimento do mesmo segmento, aumentando a concorrência direta entre os dois.
A situação ficou ainda mais tensa após a esposa de Marlindo relatar supostos episódios de assédio por parte da vítima. Essa situação gerou ciúmes e culminou em uma agressão física meses antes da execução.
“O crime foi claramente premeditado. Ficou comprovado que o mandante agiu por vingança e motivado por interesses comerciais e pessoais”, destacou a delegada Marília Campelo.
Contratação do executor
Durante depoimento, Gabriel confessou ter sido contratado por Marlindo para cometer o homicídio. Segundo ele, a primeira oferta pelo crime foi de R$ 2 mil, mas, após recusa, o valor foi elevado para R$ 3 mil. Além disso, a arma utilizada no assassinato, uma pistola calibre .40, foi fornecida pelo próprio mandante, que também foi responsável por organizar a fuga de Gabriel e o descarte da arma do crime.
Prisões e desdobramentos
A prisão de Gabriel ocorreu em maio de 2025, mas não foi divulgada pela polícia na época, como estratégia da equipe de investigação para não atrapalhar a captura do mandante. A partir do depoimento do executor, os investigadores conseguiram localizar e prender Marlindo Oliveira.
A Polícia Civil informou que o inquérito foi finalizado e que o caso está totalmente elucidado. Os dois suspeitos foram indiciados por homicídio qualificado e permanecem à disposição da Justiça.
Relembre o caso
O crime ocorreu no início da noite de 18 de dezembro de 2024, em uma área bastante movimentada do bairro Flores. A execução chocou moradores da região, que inicialmente acreditaram se tratar de um assalto, aumentando a sensação de insegurança na comunidade.
Com a conclusão do inquérito, a DEHS reforçou o compromisso de continuar atuando com rigor no combate aos crimes de homicídio na capital amazonense.