Manaus (AM) – Moradores do bairro Nova Cidade, na zona norte da capital amazonense, procuraram a equipe do Portal vizinho TV nesta sexta-feira (4), para denunciar o grave estado de abandono da Avenida 7 de Maio, localizada no Conjunto Buriti. A via, uma das principais do bairro, enfrenta problemas estruturais que vão desde buracos e alagamentos até o acúmulo de lixo e o estacionamento irregular de carretas, o que tem gerado sérios riscos à população.
A situação se agravou após a realização de obras de tubulação por uma empresa privada, responsável pelo escoamento de água de um condomínio próximo. Desde então, a infraestrutura da avenida deteriorou rapidamente, afetando o trânsito, a segurança e a qualidade de vida dos moradores.
Buracos, lama e acidentes constantes
Segundo relatos, a empresa responsável pela obra deixou 11 buracos ao longo da via, que foram mal recapeados com barro, areia e um tipo de asfalto de baixa qualidade. Em poucos dias, o material cedeu, principalmente com o tráfego pesado de carretas.
“Não passou uma semana e já tinham destruído tudo. Cinco motoqueiros já caíram aqui. Eu mesmo quase sofri um acidente grave. Isso aqui virou uma armadilha”, denunciou o morador Francisco, mostrando cicatrizes recentes de uma queda de moto.
Outro problema apontado é o acúmulo de lixo nas margens da avenida. O local, segundo os moradores, virou uma “lixeira viciada”, onde são descartados diariamente restos de construção, móveis velhos e até animais mortos. A ausência de coleta regular por parte da prefeitura agrava o cenário.
“Isso aqui está assim há quase oito meses. Já jogaram cachorro morto, geladeira, tudo quanto é lixo. A coleta não entra e, quando chove, vira um lamaçal. As crianças que vão para a escola têm que andar pelo meio da rua, correndo risco”, desabafou um mototaxista que atua na área desde 2013.
Carretas estacionadas e riscos para estudantes
Outro fator de preocupação é o estacionamento irregular de carretas pertencentes a uma empresa próxima. Os veículos ocupam quase toda a largura da avenida, principalmente nos horários de pico, obrigando pedestres e motoristas a dividirem um espaço mínimo.
“A rua fica estreita, e os motoristas não têm visão. Já vi três acidentes com crianças saindo da escola. Não tem calçada, só mato e lama. A prefeitura precisa vir aqui e fazer alguma coisa”, relatou outro morador.
Reivindicações da comunidade
A população cobra providências urgentes da Prefeitura de Manaus, do Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU) e da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf), tanto para realizar o recapeamento adequado da via quanto para fiscalizar o descarte irregular de lixo e o estacionamento indevido de veículos pesados.
Além disso, moradores pedem que a empresa responsável pelas obras seja notificada e obrigada a reparar os danos causados. “A gente quer respeito. Não é só vir, fazer a obra de qualquer jeito e ir embora, deixando esse caos. A nossa segurança está em jogo”, reforçou Francisco.