“A gente não pode ficar longe um do outro”: casal que viveu 74 anos juntos morre no mesmo dia; veja vídeo

16 de maio de 2025 às 02:03 - Horário de Manaus

Por Redação Vizinho TV Para o Vizinho TV

Brasil – Um amor que resistiu ao tempo, às dificuldades e à própria morte. Odileta Pansani de Haro e Paschoal de Haro, moradores de Votuporanga, no interior de São Paulo, faleceram no mesmo dia, com um intervalo de apenas dez horas, após 74 anos de casamento. A história comovente do casal ganhou repercussão pela delicadeza e profundidade do vínculo que construíram ao longo de quase oito décadas juntos.

Odileta, de 92 anos, partiu às 7h da manhã do dia 17 de abril. Seu companheiro de vida, Paschoal, de 94 anos, faleceu às 17h do mesmo dia. Dois dias antes, em 15 de abril, haviam celebrado com a família o aniversário de casamento — 74 anos de união marcados por carinho, companheirismo e devoção mútua.

Nascida em Mirassol, Odileta conheceu Paschoal, natural de Bálsamo, cidade vizinha, quando tinha apenas 15 anos. Ele tinha 18. O destino uniu os dois em um momento inusitado na praça da Matriz de Votuporanga. Segundo relato do genro, Luciano Leal, uma simples corrente de pescoço foi o ponto de partida para uma história de amor digna de cinema.

Na ocasião, Paschoal brincava girando a correntinha quando, por acidente, ela escapou de sua mão e foi parar no braço de Odileta. O gesto simples gerou risos e trocas de olhares — e foi o início de uma conexão que nem mesmo o tempo conseguiu apagar. A partir dali, cartas se tornaram o elo entre os dois, marcando o início de um namoro tradicional e afetuoso.

Ao longo das décadas, construíram uma família sólida, com filhos, netos e bisnetos, e cultivaram valores que inspiram quem os conheceu: respeito, paciência, lealdade e muito amor. Viveram momentos marcantes juntos, como aniversários, viagens e encontros com amigos e familiares.

Nos últimos anos, a saúde de ambos começou a se fragilizar. Odileta foi diagnosticada com Alzheimer e passou a receber cuidados constantes de Paschoal, que, mesmo com idade avançada, se dedicava com ternura à esposa. Em 2023, ele recebeu o diagnóstico de um câncer no intestino, considerado irreversível pelos médicos. Sabendo da gravidade de sua condição, Paschoal frequentemente pedia a Deus para que ele e Odileta partissem juntos.

O desejo se concretizou de maneira quase poética. Para o genro, Luciano, isso só reforça a certeza de que eram, de fato, almas gêmeas.

“A conexão deles era algo além da compreensão. Um amor puro, que atravessou gerações e servirá de exemplo para toda a família. Eles viveram e morreram do jeito que sonharam: juntos”, disse ele em entrevista ao g1.

A cidade de Votuporanga se emocionou com a história do casal, que agora descansa lado a lado, como viveram por 74 anos — unidos no amor, na fé e na eternidade.