APUÍ (AM) – Agricultores do município de Apuí, localizado no sul do Amazonas, denunciam que estão sendo vítimas de ações truculentas e irregulares realizadas por agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) na zona rural do município.
De acordo com relatos dos moradores, durante as operações, tratores e equipamentos são destruídos, plantações inteiras são queimadas e famílias são expulsas de suas terras sem chance de defesa ou diálogo. A situação tem gerado revolta e um clima de insegurança entre os produtores locais, que dependem exclusivamente da agricultura para sobreviver.
“Eles chegaram com helicóptero, mandaram todo mundo sair, colocaram fogo em tudo. Não somos criminosos, somos trabalhadores. Isso é um massacre”, disse um agricultor, sob condição de anonimato.
Senador denuncia abuso
O caso já chegou ao Senado Federal. O senador amazonense Plínio Valério (PSDB-AM) subiu à tribuna para denunciar o que classificou como abuso de autoridade e irregularidades nas ações de fiscalização do Ibama em Apuí e em outros municípios da calha sul do Amazonas, como Lábrea e Boca do Acre.
“Não sou contra a fiscalização ambiental. Mas o Ibama não pode agir como se estivesse em guerra contra o agricultor. Estão queimando equipamentos, destruindo sonhos e tratando cidadãos de bem como bandidos”, afirmou o parlamentar.
Plínio Valério cobrou providências do Governo Federal e reforçou a necessidade de que as fiscalizações ambientais sejam conduzidas com respeito aos direitos constitucionais dos trabalhadores e à dignidade humana.
Clima de tensão
As denúncias se intensificaram nas últimas semanas com a chegada do verão amazônico, período em que aumentam as ações de combate ao desmatamento ilegal. No entanto, moradores afirmam que muitos dos atingidos são pequenos produtores, com documentação das terras em processo de regularização, e que estão sendo penalizados de forma indiscriminada.
Lideranças locais, sindicatos rurais e vereadores de Apuí também se mobilizam para buscar apoio junto à Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) e ao Ministério da Agricultura.
A reportagem procurou o Ibama para esclarecimentos sobre as denúncias e aguarda posicionamento oficial.
