Amazonas – O Governo do Amazonas divulgou, nesta terça-feira (20), um novo boletim com dados atualizados sobre a cheia dos rios no estado, fenômeno que ocorre anualmente devido ao acúmulo intenso de chuvas na região amazônica e ao derretimento das águas das nascentes dos rios. A informação foi repassada pelo Comitê Permanente de Enfrentamento a Eventos Climáticos e Ambientais, responsável pelo acompanhamento dos impactos causados por essa situação.
Impactos da Cheia
De acordo com o levantamento mais recente, já são 55.368 famílias afetadas diretamente pela cheia, o que corresponde a aproximadamente 221.461 pessoas impactadas. As nove calhas principais dos rios do Amazonas permanecem em processo de cheia, com os picos previstos para ocorrer entre os meses de março e julho, período tradicionalmente conhecido pelo aumento das águas.
Atualmente, do total de 62 municípios amazonenses, 23 estão em Situação de Emergência, 34 em Alerta, 3 em Atenção e apenas 2 em normalidade. Destaca-se que, desde o último boletim, os municípios de Anamã, Careiro da Várzea e Maraã passaram a integrar a lista de cidades em situação de emergência, refletindo a ampliação dos impactos.
O Fenômeno das Cheias no Amazonas
As cheias na região amazônica são causadas pelo volume elevado de chuvas na bacia hidrográfica dos rios, especialmente do Rio Amazonas e seus afluentes. Essa água se acumula e transborda as margens dos rios, inundando áreas ribeirinhas, que muitas vezes são habitadas por populações vulneráveis. Embora as cheias sejam um fenômeno natural e esperado, elas trazem diversos riscos:
- Inundações extensas, que comprometem moradia, infraestrutura, saúde e segurança alimentar.
- Riscos de doenças como leptospirose, dengue, malária e infecções gastrointestinais, devido ao contato com águas contaminadas.
- Interrupções no acesso a serviços essenciais, como transporte, saúde e abastecimento de água potável.
- Perdas econômicas para agricultores e comerciantes locais.
Ajuda Humanitária em Ação
Em resposta à crise, o Governo do Amazonas intensificou as ações de apoio às populações afetadas. Já foram distribuídas 250 toneladas de cestas básicas, 600 caixas d’água de 500 litros, e cerca de 57 mil copos de água potável fornecidos pela Companhia de Saneamento do Amazonas (Cosama). Além disso, o programa Água Boa destinou 10 kits purificadores de água para municípios com acesso dificultado, como Manicoré, Apuí, Humaitá, Borba, Boca do Acre e Novo Aripuanã.
Reforço na Saúde Pública
A Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM) enviou 72 kits de medicamentos para sete municípios atingidos, beneficiando cerca de 35 mil pessoas. A estrutura hospitalar também foi reforçada, com destaque para a entrega de uma nova usina de oxigênio em Manicoré, com capacidade de produção de 30 m³ por hora — mais que o dobro do equipamento anterior — além de cilindros de oxigênio e insumos hospitalares para Apuí.
Operação Cheia 2025
Desde 16 de abril, a Operação Cheia 2025 está em andamento, com envio contínuo de ajuda humanitária às cidades mais impactadas da calha do rio Madeira, incluindo Humaitá, Manicoré e Apuí. Até o momento, foram distribuídas 160 toneladas de cestas básicas, 600 caixas d’água, 33 mil copos de água potável e seis purificadores do programa Água Boa, focados em comunidades isoladas.
Monitoramento e Prevenção
A Defesa Civil do Amazonas mantém um monitoramento constante dos níveis dos rios por meio do Centro de Monitoramento e Alerta, que realiza acompanhamento hidrológico durante todo o ano. Este sistema é essencial para orientar ações preventivas e emergenciais, visando minimizar os impactos das cheias.
Alerta Importantes para a População
- Evitar contato direto com águas de enchentes, que podem estar contaminadas.
- Observar orientações das autoridades locais e não retornar às áreas alagadas até que sejam consideradas seguras.
- Manter cuidados redobrados com a higiene, especialmente para prevenir doenças transmitidas pela água e vetores.
- Ficar atento às atualizações dos órgãos oficiais, especialmente em municípios em Emergência.