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Banco Central: rumores de alta da Selic fazem juros futuros subirem

Por Redação Vizinho TV Para o Vizinho TV

17 de agosto de 2024

ECONOMIA – Os juros futuros encerraram esta sexta-feira, 16, com movimentos distintos ao longo da curva de rendimento. As taxas subiram até os vértices intermediários, enquanto a ponta longa terminou o dia com viés de baixa. Esse comportamento reflete o aumento das apostas de que o Banco Central (BC) poderá elevar a taxa Selic nos próximos meses, com a possibilidade de um ajuste de 50 pontos-base em setembro.

Os rumores de uma alta na Selic ganharam força após declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que alertou sobre a desancoragem das expectativas de inflação durante um evento nesta manhã. Campos Neto destacou que o BC está “muito incomodado” com as expectativas inflacionárias acima da meta, especialmente nas projeções de longo prazo. Ele afirmou que a instituição está preparada para agir, incluindo possíveis aumentos na taxa de juros, caso seja necessário para trazer a inflação de volta à meta.

O cenário externo também influenciou o mercado local, com destaque para as taxas dos Treasuries americanos. Após um início de sessão mais ameno, os Treasuries perderam força de queda à medida que dados de confiança do consumidor nos Estados Unidos superaram as expectativas. Esses dados sugerem que o espaço para cortes de juros nos EUA pode ser menor do que o mercado vinha precificando, adicionando pressão sobre os juros futuros no Brasil.

No fechamento desta sexta-feira, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 subiu para 10,840%, ante 10,797% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2026 avançou para 11,64%, frente a 11,54% no dia anterior. Já a taxa do DI para janeiro de 2027 passou de 11,51% para 11,54%. No entanto, o DI para janeiro de 2029 recuou ligeiramente de 11,53% para 11,50%.

Expectativas para o futuro

Ao longo da semana, a curva de juros passou por uma queda acentuada na inclinação, refletindo a percepção crescente de que o Comitê de Política Monetária (Copom) terá que aumentar os juros para cumprir a promessa de trazer a inflação para a meta de 3%. As apostas em uma alta da Selic começaram a se intensificar com a divulgação dos documentos do Copom (ata e comunicado), e foram reforçadas por falas de dirigentes ao longo da semana, culminando com as declarações de Campos Neto.

Com a expectativa de que o Banco Central adote uma postura mais agressiva, o mercado segue atento às próximas movimentações e sinais que possam vir do Copom e de dados econômicos tanto no Brasil quanto no exterior.