Caso Benício: Médica vai à delegacia com rosto coberto e evita imprensa; técnica também depõe

28 de novembro de 2025 às 15:54 - Horário de Manaus

Por VizinhoTV Para o Vizinho TV

Manaus (AM) – A médica Juliana Brasil Santos e a técnica de enfermagem responsável pela aplicação da medicação no atendimento do menino Benício Xavier de Freitas, de 6 anos, prestaram depoimento na manhã desta sexta-feira (28) no 24º Distrito Integrado de Polícia (DIP), zona Centro-Sul de Manaus. O procedimento faz parte das investigações que apuram as circunstâncias da morte da criança no Hospital Santa Júlia, registrada no último fim de semana.

Juliana chegou à delegacia por volta das 9h, acompanhada do advogado, evitou falar com a imprensa e manteve o rosto coberto ao entrar no prédio policial. A médica permaneceu em silêncio diante das perguntas feitas pelos jornalistas, que aguardavam sua chegada desde as primeiras horas da manhã.

Pouco antes, a técnica de enfermagem que participou do atendimento também compareceu ao DIP para ser ouvida formalmente. De acordo com a Polícia Civil, ela foi a profissional responsável por aplicar adrenalina intravenosa, seguindo prescrição médica durante o procedimento de emergência realizado no menino, que teria apresentado quadro grave de parada cardiorrespiratória. Assim como Juliana, a técnica optou por não conceder entrevistas.

Pedido de prisão negado

Na quinta-feira (27), o delegado Marcelo Martins, responsável pelo caso, solicitou à Justiça a prisão preventiva da médica por homicídio com dolo eventual, alegando possível conduta negligente e risco de interferência nas investigações. No entanto, o pedido foi negado pelo Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), sob o entendimento de que, até o momento, não há provas suficientes que justifiquem a medida extrema.

Familiares pedem justiça

O caso tem provocado grande repercussão social em Manaus e revolta entre familiares e amigos da vítima. A família do garoto afirma que houve erro no atendimento e cobra rigor na apuração. Conforme relatos apresentados à polícia, a médica teria prescrito uma dosagem considerada elevada de adrenalina para uma criança de apenas 6 anos, o que está sendo investigado.

Investigação continua

Laudos periciais, prontuários médicos e imagens internas do hospital seguem em análise pela perícia da Polícia Civil e pelo Conselho Regional de Medicina do Amazonas (Cremam), que também abriu procedimento para apurar possível infração ético-profissional.

O corpo de Benício foi sepultado na última terça-feira (25), sob forte comoção. A polícia não descartou a possibilidade de novas oitivas e eventual pedido de prisão futuramente, caso surjam novos elementos.

A reportagem acompanha o caso e trará novas atualizações assim que houver novas informações oficiais.