MANAUS – Duas mulheres foram submetidas a uma sessão de tortura pública na Comunidade Riacho Doce, localizada no bairro Cidade Nova, na Zona Norte de Manaus. Elas tiveram os cabelos raspados à força e foram obrigadas a fazer o símbolo do Comando Vermelho — uma facção criminosa que atua na região — enquanto eram filmadas pelos próprios integrantes do grupo.
As imagens, que circularam nas redes sociais, mostram o momento da humilhação imposta pelas chamadas “disciplinas” do crime, responsáveis por impor punições a quem supostamente desrespeita regras internas ou contraria ordens dos líderes da facção.
Até o momento, não se sabe exatamente qual foi a motivação da punição, e não há informações oficiais sobre o envolvimento das mulheres em atividades ligadas ao tráfico ou a qualquer tipo de infração às normas do grupo criminoso.
Casos como esse são, infelizmente, recorrentes em comunidades dominadas por facções, e funcionam como uma forma de intimidação e controle social. Tais práticas têm como objetivo impor medo e reforçar a autoridade dos chefes do tráfico sobre a população local, inclusive utilizando castigos públicos como “exemplo” para os demais moradores.
Apesar da gravidade da situação, o crime não foi registrado pela Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), e é improvável que as vítimas façam denúncia formal, por medo de retaliações. A ausência de denúncia e a impunidade acabam fortalecendo ainda mais a atuação dessas organizações criminosas nas periferias.
A SSP e as forças de segurança do estado ainda não se pronunciaram oficialmente sobre o caso.