Manaus – O velório do sambista amazonense Paulo Onça terá início às 21h desta segunda-feira (26), na quadra da escola de samba Vitória Régia, localizada no bairro Praça 14 de Janeiro, zona sul de Manaus. A escola era uma das mais queridas pelo artista e palco de muitas de suas apresentações ao longo da carreira.
Paulo Onça faleceu nesta segunda-feira, após cinco meses de internação em decorrência de agressões sofridas após um acidente de trânsito. A confirmação do falecimento foi feita por sua esposa, Simone Noronha.
Segundo informações da família, o artista não resistiu a complicações de uma cirurgia de cranioplastia — procedimento feito para reparar o afundamento do crânio — consequência direta das lesões sofridas no episódio de agressão.
O compositor chegou a ser transferido para o Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV), onde permaneceu internado em estado delicado, mas infelizmente não resistiu.
O caso: agressão após acidente de trânsito
Imagens de câmeras de segurança registraram o momento em que Paulo Onça foi brutalmente agredido no dia 5 de dezembro de 2024, após um acidente de trânsito ocorrido na rua Major Gabriel, também no bairro Praça 14, zona sul da capital amazonense.
Segundo os registros, Paulo teria avançado um sinal vermelho e colidido com o carro de Adeilson Duque Fonseca, conhecido como “Bacana”. Após o impacto, Adeilson desceu do veículo e iniciou uma série de agressões físicas contra o cantor, que acabou sendo derrubado no chão. Uma mulher que acompanhava o agressor tentou intervir, mas não conseguiu impedir a violência.
Paulo foi socorrido e encaminhado inicialmente ao Hospital e Pronto-Socorro Dr. João Lúcio, na zona leste da cidade, onde passou por cirurgias e, posteriormente, foi transferido para o HUGV.
Legado e carreira de Paulo Onça
Nascido e criado em Manaus, Paulo Onça era um ícone do samba local e ganhou notoriedade nacional com composições que marcaram os desfiles carnavalescos não só no Amazonas, mas também no Rio de Janeiro. Com mais de três décadas dedicadas à música, ele se destacou como compositor, cantor e ativista cultural.
Entre suas obras mais conhecidas estão sambas-enredo que brilharam na avenida com as escolas de samba do Amazonas. Sua influência também ultrapassou fronteiras: artistas renomados como Zeca Pagodinho, Jorge Aragão e o grupo Exaltasamba já interpretaram composições suas, levando o nome do artista manauara a grandes palcos do país.
Além de compositor talentoso, Paulo era conhecido por seu carisma, seu amor pelo carnaval e seu compromisso com a valorização da cultura popular.
A perda de Paulo Onça representa um vazio imenso no samba amazonense e na cena cultural da cidade. O artista será lembrado não apenas pelo talento, mas por sua alegria, irreverência e contribuição inestimável à cultura popular brasileira.