MANAUS (AM) – A primeira-dama de Manaus, Izabelle Fontenelle, voltou a ser alvo de críticas nas redes sociais nesta semana após aparecer mais uma vez ostentando itens de luxo. Desta vez, o foco das polêmicas foi uma bolsa da grife italiana Dolce & Gabbana, avaliada em US$ 2.795 – aproximadamente R$ 15.400, conforme a cotação atual do dólar.

A repercussão negativa se intensificou nas redes devido ao contraste entre o item de luxo e a realidade enfrentada pela população manauara, que sofre diariamente com problemas como buracos nas ruas, falta de infraestrutura básica, unidades de saúde sucateadas e escolas em situação precária.
Comparações polêmicas
O preço da bolsa chamou ainda mais atenção por ser equivalente ao salário mensal de diversos profissionais que passam por longos anos de estudo e provas altamente concorridas, como juízes e promotores. Para se tornar juiz de Direito no Amazonas, é preciso ter graduação em Direito, comprovar pelo menos três anos de atividade jurídica e ser aprovado em um dos concursos mais difíceis do país. O salário inicial de um juiz substituto no Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) é de R$ 35.845,21, podendo ultrapassar R$ 45 mil com gratificações e outras vantagens legais.
Já os promotores do Ministério Público do Amazonas (MP-AM) recebem valores semelhantes, reforçando o contraste entre o custo dos itens da primeira-dama e a exigente trajetória de servidores públicos de alto nível.
Histórico de ostentação
Esta não é a primeira vez que Izabelle Fontenelle é criticada por ostentar produtos de grife. Durante a posse do marido, o prefeito de Manaus, David Almeida, ela usou uma outra bolsa da Dolce & Gabbana, avaliada em R$ 21.368, além de um vestido assinado pela estilista Adriana Kavietz, estimado em R$ 4.230.

Ela também já foi fotografada usando um relógio Cartier, com valor estimado em impressionantes R$ 234 mil, e um par de óculos escuros da grife Prada, avaliado em R$ 2,8 mil. As imagens circulam nas redes sociais, muitas vezes acompanhadas de críticas à postura da primeira-dama.

Reação popular
Apesar de não haver ilegalidade no uso de itens de luxo, a população tem reagido com revolta nas redes sociais, apontando o descompasso entre a ostentação e os problemas enfrentados pela cidade.
“Enquanto o povo vive no buraco e sem atendimento médico, a primeira-dama vive na passarela da Dolce & Gabbana”, comentou uma internauta em um perfil de denúncia local. “Isso é um tapa na cara de quem mora na periferia”, disse outro usuário do X (antigo Twitter).

Silêncio do Executivo
Até o momento, a Prefeitura de Manaus não se pronunciou oficialmente sobre as críticas à postura da primeira-dama. Internautas têm cobrado mais responsabilidade e empatia da figura pública que, embora não exerça cargo eletivo, representa simbolicamente a gestão municipal.