Entre o transporte e o bolso: reajuste de rodoviários em Manaus depende de aumento da passagem, diz prefeito

16 de abril de 2025 às 18:07 - Horário de Manaus

Por Redação VizinhoTV Para o Vizinho TV

Manaus (AM) – Nesta quarta-feira (16), o transporte público na capital entrou no seu segundo dia consecutivo de paralisação, impactando cerca de 30% da frota e prejudicando milhares de passageiros. Em coletiva de imprensa, o prefeito David Almeida afirmou que só poderá conceder reajuste salarial aos rodoviários se houver um aumento na tarifa de ônibus.

“Só podemos conceder o aumento para os trabalhadores se houver o aumento na passagem”, declarou Almeida, ao comentar o impasse entre o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Amazonas (Sinetram) e os trabalhadores do setor.

O prefeito também destacou que o Ministério Público do Amazonas (MP-AM) não se opõe ao reajuste da tarifa, mas questiona a metodologia utilizada no pagamento do subsídio público às empresas. Segundo ele, esse tema será discutido em momento oportuno, sem prejudicar a resolução do conflito atual.

Apesar do impasse, Almeida demonstrou confiança na resolução do conflito nos próximos dias, o que permitiria a normalização do transporte na cidade.

Impacto na mobilidade urbana

De acordo com o Sinetram, todas as sete empresas operadoras do sistema foram afetadas pela greve. Na manhã desta quarta-feira, aproximadamente 397 ônibus deixaram de circular, representando cerca de 30% da frota em operação. Essa paralisação tem causado transtornos significativos à população, dificultando a mobilidade urbana na cidade.

Motivos da greve

A paralisação teve início após uma decisão judicial que autorizou a mobilização dos rodoviários, que reivindicam um reajuste salarial de 12% e a manutenção dos cobradores nos ônibus. A categoria denuncia que as empresas estão gradualmente eliminando esses profissionais, inclusive adquirindo veículos que já não comportam a presença de cobradores.

Na última segunda-feira (14), um grupo de cobradores foi à Câmara Municipal de Manaus (CMM) para denunciar a possível extinção dos cargos. Enquanto as negociações continuam sem um acordo, a população permanece enfrentando os transtornos causados pela greve.

Segundo a equipe jurídica do Sinetram, uma nova reunião deve acontecer ainda nesta quarta-feira, na esperança de chegar a um entendimento que possa encerrar o impasse.