Falso Padre: avançam investigações contra esquema de ped0filia realizado em Coari

02 de setembro de 2024 às 19:24 - Horário de Manaus

Por Redação Para o Vizinho TV

AMAZONAS – O padre Paulo Araújo da Silva, de 31 anos, foi preso no domingo, 18 de agosto, em Coari, no interior do Amazonas, acusado de cometer crimes sexuais contra adolescentes, participação em aborto e ocultação de feto no quintal de um cúmplice. Segundo a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), pelo menos quatro adolescentes foram abusadas pelo padre, que foi detido na casa paroquial da Paróquia São Pedro, da diocese de Coari. Durante a prisão, foram apreendidos mais de R$ 30 mil em dinheiro e 260 vídeos contendo cenas de sexo com adolescentes e outras pessoas.

Outro suspeito, Francisco Rayner Barros Batista, foi preso na quinta-feira, 22 de agosto, por ter auxiliado o padre em um dos abortos e enterrado o feto em seu quintal. Em resposta ao escândalo, o bispo de Coari, Dom Marcos Piatek, declarou: 

“O fato ocorrido nos encheu a todos de muito sofrimento e de surpresa. O padre Paulo foi afastado das funções ministeriais, como prevê a legislação da Igreja Católica e o ensinamento do nosso papa Francisco”.

Na última sexta-feira, 30, as investigações da Polícia Civil avançaram, resultando na prisão de Lorena Marques, de 24 anos, acusada de fazer parte da rede de pedofilia liderada pelo padre Paulo. Lorena foi presa na zona rural de Coari, na comunidade Izidoro, bairro Tauá Mirim.

Durante uma coletiva de imprensa, o delegado Paulo Mavignier, diretor do Departamento de Polícia do Interior (DPI), destacou que a prisão de Lorena é parte da continuidade das operações para desmantelar a rede criminosa. 

“Vale ressaltar que essa investigação terá outros desdobramentos e, quem tiver sido vítima desse padre, que procure a delegacia de Coari para denunciar”, afirmou Mavignier.

O delegado José Barradas, responsável pela Delegacia Interativa de Polícia (DIP) de Coari, revelou que Lorena Marques era responsável por aliciar adolescentes para o padre Paulo.

“A ligação inicial da Lorena com o padre era a prestação de serviços na paróquia, mas descobrimos que ela atraía as vítimas para essa rede de pedofilia”, explicou Barradas. 

Além disso, o delegado informou que uma decisão judicial permitiu a extração de informações do notebook e do celular do padre Paulo, revelando a existência de mais de 200 vídeos de atos sexuais com adolescentes. 

“Até o momento, temos cinco vítimas confirmadas, e outras estão aparecendo para denunciar”, acrescentou Barradas.

As investigações indicam que há mais pessoas envolvidas na rede de pedofilia, mas detalhes adicionais não foram divulgados devido ao sigilo judicial. Lorena Marques responderá por exploração sexual infantil e associação criminosa e está à disposição da Justiça. O caso continua a ser investigado para identificar e prender todos os envolvidos.