O influenciador paraibano Hytalo Santos e o marido dele, Israel Nata Vicente, foram presos nesta sexta-feira (15) em uma residência localizada em Carapicuíba, na Grande São Paulo. A operação contou com a participação conjunta do Ministério Público da Paraíba (MPPB), Ministério Público do Trabalho (MPT), Polícia Civil da Paraíba e de São Paulo, além da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Hytalo é investigado por uma série de crimes que envolvem exploração e exposição de menores de idade em conteúdos produzidos para redes sociais. O caso ganhou grande repercussão após denúncias feitas pelo youtuber Felca, que possui mais de 4 milhões de inscritos no YouTube. Em um vídeo publicado no último dia 6, Felca acusou o influenciador de promover a chamada “adultização” de crianças e adolescentes, termo usado para descrever a imposição de comportamentos, roupas e atitudes sexualizadas a menores.
Após a repercussão, o MPPB ingressou com uma Ação Civil Pública, resultando em mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça da Paraíba. Segundo as investigações, há fortes indícios de tráfico de pessoas, exploração sexual, trabalho infantil artístico irregular, além de produção e divulgação de vídeos com constrangimento de menores.
As ordens de prisão foram determinadas pelo juiz Antônio Rudimacy Firmino de Sousa, da 2ª Vara da Comarca de Bayeux (PB). Em sua decisão, o magistrado ressaltou que a medida busca evitar a destruição ou ocultação de provas e impedir a intimidação de testemunhas.
“Há elementos nos autos que demonstram que os investigados já destruíram provas, removeram materiais que seriam apreendidos e prejudicaram o curso da investigação”, afirmou o juiz.
O magistrado destacou ainda que as ações de Hytalo e Israel evidenciam uma atuação coordenada para dificultar o esclarecimento da verdade e comprometer o trabalho das autoridades. As investigações continuam para identificar possíveis vítimas e eventuais cúmplices.
O influenciador, que acumula centenas de milhares de seguidores nas redes sociais, costumava publicar vídeos e transmissões ao vivo com forte apelo entre o público infantil e adolescente. Agora, as autoridades trabalham para apurar a extensão dos crimes e localizar todo o material produzido.