Manaus — Dib Almeida, irmão da falsa médica Sophia Livas de Morais Almeida, 32 anos, foi indiciado nesta quinta-feira (22) por suspeita de envolvimento em um esquema de venda de atestados médicos forjados. Dib se apresentou espontaneamente na delegacia para prestar esclarecimentos sobre o caso.
O depoimento do irmão da falsa médica durou cerca de 40 minutos e ocorreu na ausência de sua advogada, que não chegou a tempo para acompanhá-lo. Dib responderá em liberdade pelos crimes de falsidade ideológica, furto qualificado, associação criminosa, entre outros.
Além dele, uma funcionária de uma clínica particular também foi indiciada por suspeita de participação no esquema de comercialização de atestados falsos.
Falsa médica é presa em Manaus
Sophia Livas de Morais Almeida foi presa na segunda-feira (19) dentro de uma academia na cidade de Manaus. Ela é acusada de se passar por médica cardiopediatra — especialista em cardiologia infantil — atendendo crianças com cardiopatias graves e gestantes com fetos com problemas cardíacos, apesar de não possuir formação médica.
A suspeita, que na verdade é formada em Educação Física, exercia ilegalmente a profissão médica há pelo menos dois anos. Durante esse período, Sophia também atuava como professora em faculdades, enganando estudantes e pacientes.
Investigações indicam que ela teria usado a falsa alegação de ser “sobrinha” de uma autoridade pública para obter acesso a ambientes institucionais, incluindo o Ministério da Saúde, em Brasília, o que reforça a gravidade do caso e a tentativa de manter sua farsa.
Vítimas e impactos
Entre as vítimas da falsa médica, destacam-se duas crianças diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O pai das crianças relatou que elas foram medicadas com tarja preta, receitada por Sophia, o que poderia trazer sérios riscos à saúde.
Outro episódio envolve dois trabalhadores que receberam atestados médicos falsificados pela suspeita. A empresa, ao identificar a fraude, demitiu ambos por justa causa, prejudicando-os profissionalmente e levantando dúvidas sobre a extensão do esquema.
Investigação e desdobramentos
A Polícia Civil segue investigando o caso para identificar todos os envolvidos e esclarecer o alcance da rede criminosa. O Ministério Público já acompanha o processo e pode solicitar a prisão preventiva dos demais suspeitos conforme as investigações avançam.
O caso chama atenção para a importância da fiscalização rigorosa na área da saúde e alerta a população para os riscos de consultar profissionais sem a devida qualificação.