Manaus — O delegado Marcelo Martins, responsável pelas investigações da morte de Benício Xavier, de 6 anos, afirmou nesta sexta-feira (28) que vai solicitar uma acareação entre a médica Juliana Brasil Santos e a técnica de enfermagem Raíssa Marinho. Segundo ele, as duas profissionais apresentaram versões conflitantes e tentam atribuir uma à outra a responsabilidade pelo desfecho fatal dentro do Hospital Santa Júlia, em Manaus.
“Elas jogam a culpa uma na outra. Inclusive a técnica diz que a médica não socorreu Benício imediatamente, e a médica diz que socorreu”, declarou o delegado. Martins também afirmou que, em sua percepção, a médica deveria ter sido presa em flagrante, porém a Justiça decidiu pela liberdade.
O delegado classificou o caso como homicídio qualificado com dolo eventual, e destacou que há indícios de crueldade no atendimento.
“Quanto à qualificadora da crueldade, esta decorre do fato de que a investigada infligiu uma morte por overdose a uma criança de 6 anos, que sofreu de diversas formas antes do resultado morte, tudo decorrente do erro grosseiro e indiferente da investigada”, afirmou Martins.
Ainda de acordo com o delegado, o Hospital Santa Júlia não seguiu protocolos de segurança médica, e todos os profissionais envolvidos na cadeia de atendimento serão ouvidos novamente.
Versões conflitantes
A defesa da médica Juliana afirmou que ela não indicou nebulização e que houve erro no sistema informatizado do hospital, que teria gerado uma prescrição equivocada. Já a técnica de enfermagem Raíssa declarou que apenas seguiu as orientações da médica e que não tomou decisões por conta própria.
O Hospital Santa Júlia ainda não se manifestou oficialmente sobre as novas acusações.
O caso permanece em investigação.