Manaus – Na noite desta segunda-feira (19), moradores da zona leste de Manaus realizaram uma manifestação no viaduto Rei Pelé, localizado na rotatória conhecida como Bola do Produtor. O protesto, intitulado “Justiça por Marcelo”, foi motivado por um grave acidente que vitimou um jovem identificado como Marcelo, gerando comoção entre familiares, amigos e a comunidade local.
Com cartazes, velas e gritos de protesto, os manifestantes denunciaram a negligência do poder público em relação à segurança viária no complexo viário. “Quantos mais precisam morrer para a prefeitura tomar providências?”, questionou uma moradora, visivelmente emocionada. O clima era de indignação e dor diante da sensação de abandono por parte das autoridades municipais.
O Complexo Viário Rei Pelé, uma das principais rotas de acesso à zona leste da capital amazonense, é alvo frequente de críticas desde o início de sua construção. Moradores e motoristas apontam diversos problemas estruturais, como a falta de sinalização adequada, iluminação precária e ausência de fiscalização eficiente. O trecho onde ocorreu o acidente é particularmente perigoso, segundo os populares, por conta da mudança brusca no número de faixas — a via começa com duas pistas e estreita para uma única faixa, gerando confusão e riscos de colisão.
Nas redes sociais, motoristas já haviam alertado para os riscos antes mesmo da inauguração oficial da obra. Eles relatam que o projeto apresenta falhas graves de engenharia de tráfego, além de má execução e planejamento. A obra, orçada em R$ 82,8 milhões, já sofreu três adiamentos na sua conclusão pela Prefeitura de Manaus, sem que os problemas de mobilidade urbana tenham sido efetivamente resolvidos.
Entidades de moradores pedem que o Ministério Público do Amazonas (MP-AM) investigue a responsabilidade pela falta de infraestrutura adequada e exija da gestão municipal soluções imediatas para garantir a segurança da população. Os manifestantes também reivindicam a instalação urgente de sinalização vertical e horizontal, redutores de velocidade e a conclusão definitiva da obra, com total transparência sobre o cronograma e os recursos investidos.
Enquanto a prefeitura não se posiciona oficialmente sobre o ocorrido, os moradores prometem continuar mobilizados para que novas tragédias sejam evitadas.