Manaus – Uma megaoperação conduzida pela Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) ao longo de 30 dias resultou no resgate de 108 crianças e adolescentes em situação de exploração sexual ou extrema vulnerabilidade social em todo o estado. A ação, intitulada Caminhos Seguros, também levou à prisão de 139 adultos e à apreensão de quatro adolescentes, todos suspeitos de envolvimento em crimes contra menores, com ênfase em casos de estupro e abuso sexual.
De acordo com o balanço divulgado nesta semana, a operação mobilizou mais de 900 servidores públicos, entre policiais civis, assistentes sociais, conselheiros tutelares e profissionais de saúde. As ações foram divididas entre medidas preventivas, educativas e de repressão direta aos crimes contra crianças e adolescentes, alcançando uma ampla gama de territórios urbanos e rurais.
No âmbito da prevenção e conscientização, a operação realizou distribuição de panfletos, rodas de conversa em escolas e comunidades, palestras educativas e postagens em mídias digitais. Estima-se que essas atividades tenham alcançado mais de 500 mil pessoas em todo o estado, reforçando a importância da denúncia e da vigilância comunitária.
As ações também incluíram fiscalizações realizadas pela Central Integrada de Fiscalização (CIF), com foco em estabelecimentos como motéis e pousadas em situação irregular, além de abordagens em semáforos de vias movimentadas e em embarcações atracadas nos portos de Manaus — locais frequentemente utilizados por redes de exploração sexual. A operação contou com o apoio de diversos órgãos que compõem a Rede de Proteção à Criança e ao Adolescente, como o Ministério Público, Defensoria Pública, Conselhos Tutelares e organizações da sociedade civil.
O delegado-geral da PC-AM, Bruno Fraga, destacou a atuação inédita da operação no interior do estado, fator que contribuiu para o elevado número de prisões.
“Pela primeira vez, a operação Caminhos Seguros foi levada ao interior do Amazonas, com resultados bastante significativos. Tivemos 139 suspeitos de abuso presos. Realizamos prisões em flagrante, cumprimos mandados de prisão e outras medidas cautelares, o que permitiu tirar de circulação criminosos que representavam uma ameaça direta às nossas crianças e adolescentes”, afirmou o delegado.
A Polícia Civil reforça que a população pode e deve colaborar com as investigações, denunciando suspeitas de abuso e exploração sexual infantil por meio do Disque 100, do Disque-Denúncia da Secretaria de Segurança Pública (181), ou diretamente nas delegacias da capital e do interior. A identidade do denunciante é mantida em absoluto sigilo.