Manaus (AM) – Uma mulher de 37 anos foi presa preventivamente na manhã desta quarta-feira (25), no bairro São Jorge, zona Oeste de Manaus, por descumprimento de medida protetiva concedida em favor de sua ex-companheira, de 46 anos. A prisão foi realizada por policiais civis da Delegacia Especializada em Crimes Contra a Mulher (DECCM) Norte/Leste, em cumprimento a mandado expedido pela Justiça após uma série de denúncias por perseguição, ameaças e assédio psicológico.
O caso teve início no município de Tefé, a 523 quilômetros da capital, onde a vítima registrou boletim de ocorrência relatando que vinha sendo sistematicamente perseguida e hostilizada após o fim do relacionamento com a investigada. Segundo a polícia, as duas mantiveram um envolvimento por cerca de três meses, encerrado no início deste ano.
De acordo com a delegada Mariane Menezes, titular da DECCM Norte/Leste, a vítima sofreu uma série de atos considerados abusivos. “Ela passou a ser importunada com mensagens, ligações, perfis falsos nas redes sociais e até transferências bancárias de pequenos valores com mensagens de teor ofensivo”, explicou.
Assédio virtual e perseguição constante
A investigação aponta que, após o término, a autora iniciou uma campanha de perseguição virtual, criando contas falsas para vigiar e atacar a vítima nas redes sociais. Ela também chegou a enviar encomendas indesejadas e fazer pedidos em nome da ex-companheira, além de realizar transferências via Pix com mensagens ofensivas anexadas.
Em um dos episódios registrados, a suspeita teria enviado mais de 15 e-mails para o local de trabalho da vítima em apenas um dia, tentando prejudicar sua imagem profissional. Segundo a polícia, esses atos configuram assédio psicológico e stalking, crime previsto no Código Penal desde 2021.
Diante da gravidade da situação, a Justiça concedeu medida protetiva à vítima. No entanto, a investigada descumpriu as determinações, o que motivou o pedido de prisão preventiva.
Prisão e encaminhamento
Após a expedição do mandado, a equipe da DECCM localizou e prendeu a mulher em sua residência, sem resistência. Ela foi conduzida à delegacia para os procedimentos legais e, em seguida, encaminhada ao sistema prisional, onde permanecerá à disposição da Justiça.
A delegada reforça que a Polícia Civil está atenta aos casos de violência contra a mulher, incluindo aqueles que envolvem relações homoafetivas. “A violência psicológica, embora silenciosa, tem um impacto devastador. Toda forma de perseguição deve ser denunciada”, ressaltou Menezes.
Denúncias
A população pode denunciar casos de violência doméstica e perseguição por meio do número 180 (Central de Atendimento à Mulher) ou diretamente em qualquer delegacia, inclusive de forma anônima.