MANAUS (AM) – O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Coletivo Urbano e Rodoviários de Manaus e Região Metropolitana (STTRM) aprovou, em assembleia geral realizada no último sábado (28), uma greve geral por tempo indeterminado a partir das 00h01 da próxima sexta-feira, 4 de julho. A paralisação poderá afetar diretamente cerca de 350 mil passageiros por dia, que dependem do transporte público para se locomover na capital e nos municípios vizinhos.
Motivo da paralisação
A principal reivindicação da categoria é a manutenção dos cobradores nos coletivos. O STTRM denuncia que as empresas de transporte vêm promovendo, de forma progressiva, a retirada desses profissionais, obrigando os motoristas a exercerem a dupla função de dirigir e cobrar as passagens.
De acordo com o presidente do sindicato, Givancir Oliveira, essa sobrecarga tem comprometido tanto a segurança viária quanto a saúde física e mental dos trabalhadores. “Não é seguro que o motorista precise desviar a atenção do trânsito para lidar com dinheiro, cartão e passageiros. Estamos lutando por um transporte público mais humano e eficiente”, afirmou.
O sindicato também critica a falta de diálogo com o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Amazonas (Sinetram) e com a Prefeitura de Manaus, que, segundo a entidade, têm ignorado os apelos da categoria por melhores condições de trabalho.

Impacto e medidas legais
A greve foi aprovada em conformidade com a Lei Federal nº 7.783/89, que regulamenta o direito de greve em serviços essenciais. O STTRM afirma ter solicitado ao Sinetram o remanejamento das linhas para que ao menos 50% da frota permaneça em circulação durante a paralisação, especialmente nos horários de pico.
Apesar disso, os transtornos devem ser inevitáveis. A população pode enfrentar longas filas, atrasos, superlotação nos terminais e dificuldades de acesso aos serviços essenciais, como saúde e educação. A estimativa é que pelo menos 600 ônibus deixem de circular no primeiro dia de greve, caso o movimento se mantenha firme.
Reações e próximos passos
Em nota, o Sinetram declarou que a retirada dos cobradores faz parte de um plano de modernização do sistema de transporte, que inclui o uso de tecnologias como bilhetagem eletrônica e aplicativos de recarga, mas ainda não comentou oficialmente sobre a paralisação.
Já a Prefeitura de Manaus ainda não se pronunciou sobre o possível impacto da greve no cotidiano da cidade, nem anunciou medidas emergenciais para atender a população durante o período.
A expectativa é que novas reuniões possam acontecer nos próximos dias, mas, até o momento, não há previsão de cancelamento da greve.