O Milagre do Assento 11A: único sobrevivente do voo da Air India fala sobre tragédia “Foi como uma explosão no céu”

12 de junho de 2025 às 16:42 - Horário de Manaus

Por VizinhoTV Para o Vizinho TV

Ahmedabad, Índia — Em meio aos escombros do voo AI171 da Air India, que caiu minutos após a decolagem nesta quinta-feira (12), uma única vida resistiu ao impacto: Ramesh Viswashkumar, 41 anos, cidadão britânico, tornou-se o improvável sobrevivente de uma das maiores tragédias aéreas do país.

O avião, um Boeing 787-8 Dreamliner, partiu do Aeroporto Internacional Sardar Vallabhbhai Patel às 13h38 com destino a Londres. Cerca de um minuto após a decolagem, a aeronave perdeu altitude de forma abrupta e colidiu contra uma área residencial no bairro de Meghani Nagar. Ao todo, 294 pessoas, entre passageiros, tripulantes e moradores locais, estão entre mortos e desaparecidos, segundo as autoridades indianas.

Ramesh, que estava sentado no assento 11A — uma poltrona à janela próxima à saída de emergência na classe econômica — conseguiu escapar. Ainda desorientado, foi filmado andando entre os destroços logo após a queda, com ferimentos nos pés, tórax e rosto.

“Foi como uma explosão no céu. Tudo ficou escuro. Quando abri os olhos, o avião estava partido e havia corpos por todos os lados. Eu não pensei, apenas corri”, relatou o sobrevivente de seu leito no Hospital Civil de Asarwa, onde recebe cuidados médicos.

Fontes da investigação preliminar apontam que o local onde Ramesh estava sentado pode ter sido decisivo para sua sobrevivência. Segundo especialistas, a proximidade com a saída de emergência e a possível abertura da fuselagem no impacto criaram um ponto de fuga único. Investigadores ainda não descartam a possibilidade de que ele tenha pulado antes do impacto, embora Ramesh diga que apenas “correu quando percebeu que ainda estava vivo”.

O governo da Índia, em parceria com equipes britânicas e norte-americanas, iniciou uma investigação internacional. A Boeing, fabricante da aeronave, também participa da análise da caixa-preta e dos sistemas de bordo. Há indícios de falha técnica no controle de altitude ou no trem de pouso.

Enquanto isso, o vídeo do momento em que Ramesh caminha, atordoado, entre os destroços viralizou nas redes sociais, simbolizando não só o horror do acidente, mas também o poder do acaso e da sobrevivência. Ele é o primeiro sobrevivente registrado de um acidente fatal envolvendo o Boeing 787 desde sua entrada em operação, em 2011.

A Air India e o conglomerado Tata Group expressaram condolências às famílias das vítimas e prometeram apoio total às investigações e às indenizações.

Para Ramesh, o próximo desafio será entender como a sorte – ou talvez algo mais – o colocou entre os vivos.

“Eu não tenho respostas. Só posso agradecer por estar aqui. Mas cada minuto parece um pesadelo.”