POLÍTICA (AM) – O senador Plínio Valério (PSDB-AM) esteve nesta quarta-feira (4) no trecho da BR-319 afetado pelo desabamento do aterro provisório sobre o Rio Curuçá. A estrutura havia sido construída para garantir a travessia após a queda da ponte original em 2023. No local, o parlamentar presenciou uma cena de caos e desespero: motoristas ilhados, moradores isolados e doentes sem acesso a serviços essenciais.
Plínio conversou com diversas famílias e caminhoneiros que enfrentam longas filas e custos elevados para continuar a viagem. Segundo relatos, passageiros estão sendo obrigados a pagar até R$ 10 por cabeça para atravessar o rio em pequenas embarcações, além de tarifas adicionais por transporte terrestre.
“Estive hoje na travessia da BR-319, no trecho do Rio Curuçá, que desabou na última semana. O cenário é dramático. Famílias inteiras enfrentam longas filas, caminhoneiros sem poder atravessar, e a população precisa pagar por barcos e táxis para seguir viagem. Um verdadeiro obstáculo à dignidade. Essa é a dura realidade do Amazonas: isolamento, abandono e o direito de ir e vir tolhido. Esse é o motivo da minha revolta”, declarou Plínio.
Durante a visita, o senador mostrou a placa da obra anunciada pelo governo federal, em dezembro de 2024, com promessa de investimento de R$ 27 milhões na construção de uma nova ponte. A entrega estava prevista para setembro deste ano, mas até agora os trabalhos seguem inacabados.
“Só para atravessar, as pessoas já pagam R$ 5 pelo barco e mais R$ 10 por um táxi, quando conseguem. Isso quando há transporte. Caminhões com alimentos, remédios, eletrodomésticos estão parados. E quem vive nos arredores sofre ainda mais. A travessia é feita em canoas, em condições precárias. A população está sendo impedida de viver com dignidade. Não há lei, não há respeito. O Amazonas segue isolado, enquanto o país assiste calado”, desabafou o senador.
Plínio reforçou a crítica ao abandono histórico da região e lembrou que Manaus é a única capital do planeta com mais de 2 milhões de habitantes que não possui ligação por via asfaltada com o restante do país. “Não estou falando só do Brasil. Em nenhum outro lugar do mundo se vê uma capital desse porte tão desconectada e negligenciada”, afirmou.