Preso ‘Zeca’, pistoleiro que matou Moisés e o filho bebê no Val Paraíso; familiares tentam linchá-lo na DEHS; veja

01 de julho de 2025 às 15:32 - Horário de Manaus

Por Redação Vizinho TV Para o Vizinho TV

Manaus (AM) – A prisão de Hugo Henrique da Silva, conhecido como “Zeca”, suspeito de executar Moisés de Souza e seu filho Miguel, de apenas dois anos, causou comoção e revolta na noite desta segunda-feira (30), na sede da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), em Manaus. O crime brutal aconteceu no dia 22 de junho, na comunidade Val Paraíso, zona leste da capital, e chocou o Amazonas pela crueldade.

Zeca foi capturado no município de Iranduba, na Região Metropolitana de Manaus, após uma denúncia anônima enviada ao canal Linha Direta da Polícia Militar. A prisão foi resultado de uma operação conjunta entre policiais da 30ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom), Rondas Ostensivas Cândido Mariano (Rocam) e o Pelotão Fluvial da 8ª CIPM.

Segundo a PM, o criminoso foi encontrado deitado em uma rede na comunidade ribeirinha do Xibarema. No momento da abordagem, ele não reagiu, confessou a autoria do crime e estava de posse de uma pistola calibre 9mm — a mesma utilizada na execução de Moisés e Miguel, conforme apontam as investigações.

Família em desespero

Durante a apresentação do suspeito na DEHS, familiares das vítimas se revoltaram e tentaram agredi-lo. A viúva de Moisés, que também é mãe do pequeno Miguel e sobreviveu ao atentado, se pronunciou indignada:

“Tudo que ele falou é mentira! Meu marido era um homem honesto, trabalhador. Estão querendo manchar a imagem dele. Esse assassino de criança não teve coragem nem de mostrar a cara. Quero ele apodrecendo na cadeia!”, declarou, em prantos.

Diante da agitação e da presença de dezenas de populares em frente à delegacia, a Polícia Militar teve que solicitar reforço para conter os ânimos e garantir a integridade do suspeito.

Execução cruel e covarde

Conforme o relato da Polícia Civil, Moisés trafegava de moto com a esposa e o filho quando foi surpreendido pelo atirador. Câmeras de segurança registraram o momento em que Zeca se aproxima da família e dispara diversas vezes. Moisés morreu no local. Miguel, atingido na cabeça, foi socorrido ao Hospital e Pronto-Socorro Platão Araújo, mas não resistiu. A mãe da criança saiu fisicamente ilesa.

O crime gerou forte repercussão nas redes sociais e revolta em toda a população, especialmente pela morte da criança, considerada uma vítima indefesa de um acerto de contas cruel e desumano.

Em depoimento, Zeca afirmou que Moisés teria ligação com facções criminosas e estaria envolvido em registros de vídeos em uma área onde restos mortais de um estrangeiro foram encontrados. Segundo ele, Moisés teria feito gestos alusivos a uma facção rival, o que motivou a execução. No entanto, a família da vítima nega qualquer envolvimento com o crime organizado, e essa versão está sendo apurada pela Polícia Civil.

Histórico criminoso e investigação

De acordo com o major Aldvan, da Polícia Militar do Amazonas, Zeca tem uma extensa ficha criminal e havia deixado o sistema prisional recentemente. Ele classificou o crime como bárbaro:

“Prendemos um covarde que matou uma criança inocente. Ele perseguiu a vítima, esperou o momento certo e atirou. Disse que não queria acertar o menino, mas foi ele quem morreu. Agora vai responder pelo que fez”, disse o oficial.

A polícia identificou que a moto utilizada no dia do crime foi emprestada por um vizinho de Zeca, que será ouvido como testemunha. O veículo foi reconhecido por meio das imagens de segurança.

Com a prisão do acusado e as provas reunidas, a DEHS deve concluir o inquérito nos próximos dias. O caso será encaminhado à Justiça, e o Ministério Público deve oferecer denúncia por duplo homicídio qualificado, com agravantes por motivo torpe, impossibilidade de defesa das vítimas e morte de menor de idade.

Clamor por justiça

A morte de Moisés e Miguel mobilizou moradores, familiares e movimentos sociais, que cobram punição exemplar para o autor do crime. Um ato em memória das vítimas está sendo organizado na comunidade Val Paraíso para os próximos dias.

O caso segue sob investigação da Polícia Civil do Amazonas, e a população pode continuar colaborando com informações anônimas por meio do 181, o Disque-Denúncia da Secretaria de Segurança Pública.