“Se a gente falar, é demissão na certa”: Funcionários da UPA de Tabatinga-AM denunciam salários atrasados e abandono das autoridades

08 de abril de 2025 às 23:38 - Horário de Manaus

Por Redação Vizinho TV Para o Vizinho TV

Amazonas – Profissionais da saúde e demais colaboradores da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Tabatinga-AM vivem uma situação crítica, marcada por salários atrasados, desrespeito e completo descaso das autoridades competentes. Em relatos comoventes ao programa Estação do Ouvinte, transmitido pela Rádio Cidade Web Tabatinga-AM, funcionários expuseram a dura realidade enfrentada diariamente dentro da unidade.

“Está muito difícil trabalhar nessa UPA. Recebemos o 13º salário em dezembro, e desde então, não vimos mais um centavo. Estamos sem os pagamentos de dezembro e fevereiro. Só na semana passada foi liberado o salário de janeiro. Hoje é 25 de março e seguimos sem perspectiva de regularização. Enquanto isso, o governador Wilson Lima já repassou os recursos para a SUSAM pagar as empresas terceirizadas, mas a empresa responsável alega dificuldades para nos pagar.”

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O sentimento entre os funcionários é de revolta e impotência. Muitos relatam que vivem sob constante ameaça de demissão caso se manifestem publicamente. A censura imposta pela administração da unidade silencia vozes que apenas clamam por dignidade.

“A gente não pode falar nada, porque se falarmos, somos demitidos. Não temos voz. Nossa vontade é ir ao rádio e contar tudo, de A a Z, mas temos medo. Isso é uma total falta de respeito com pais e mães de família. O gás acabou, a luz foi cortada, o aluguel está atrasado, quem paga pensão não tem como cumprir com as obrigações.”

Além da crise financeira individual, a situação compromete diretamente o atendimento à população. Profissionais desmotivados e sem condições básicas de vida refletem em um serviço público precarizado, colocando em risco a saúde dos moradores de Tabatinga e região.

“O dono da empresa e quem está à frente da UPA não se importa com os trabalhadores. Parece que esqueceram que somos seres humanos. Ninguém se pronuncia, ninguém toma uma atitude. É como se não existíssemos.”

A denúncia dos funcionários evidencia a necessidade urgente de intervenção das autoridades estaduais e municipais. Os profissionais da saúde, que estiveram na linha de frente durante a pandemia e continuam salvando vidas diariamente, merecem respeito, valorização e condições mínimas para exercer suas funções.