Manaus-AM | A capital amazonense foi fortemente impactada pelas chuvas intensas que atingiram a cidade na quarta-feira (19), resultando em alagamentos, penetração de terra e na morte trágica de uma moradora da comunidade Fazendinha 2. Diante desse cenário de luto e apreensão, a cidade se uniu em solidariedade às vítimas, cobrando excepcionais das autoridades.
No entanto, um anúncio gerou indignação: o show do cantor Sidney Magal, programado para comemorar um ano do Mirante Lúcia Almeida, não foi cancelado pela Prefeitura, mesmo diante da crise. A decisão do prefeito David Almeida (Avante) de seguir com o evento gerou revolta nas redes sociais. Em coletiva na quinta-feira (20), ele minimizou as críticas e afirmou que “uma coisa não tem nada a ver com a outra”, reforçando que não se deixaria pautar pela oposição.
A população, porém, não aceitou a justificativa. Centenas de manauaras manifestaram repúdio à realização da festa, argumentando que o foco deveria ser o apoio às famílias afetadas pelo desastre, e não um evento festivo. A pressão social cresceu rapidamente, e a mobilização popular resultou no cancelamento do show por decisão do próprio Sidney Magal, que atendeu aos apelos dos cidadãos e expressou solidariedade ao momento difícil vivido pela cidade.
O episódio reacendeu debates sobre a gestão municipal e a falta de sensibilidade diante de tragédias que afetam a população. Para muitos, a postura da Prefeitura declarou um distanciamento das reais necessidades da cidade, levantando questionamentos sobre as prioridades do poder público em momentos de crise.
Com a repercussão do caso, fica a reflexão: até que ponto o entretenimento pode se sobrepor à dor de uma população em luto? E, mais importante, quais medidas concretas serão adotadas para evitar que tragédias como essa continuem acontecendo em Manaus?
