Manaus – Uma confusão marcada por gritos, protestos e muita tensão aconteceu na noite desta quinta-feira (3), dentro da academia Live Fitness, localizada na Avenida das Torres, Zona Norte de Manaus. A situação exigiu a presença da polícia militar após a artista visual indígena Maria do Rio Negro Kaxinawá, mulher trans e cliente do estabelecimento, ser impedida por outras frequentadoras de utilizar o banheiro feminino.
Segundo relatos de testemunhas, a discussão começou quando Maria tentou entrar no banheiro e foi confrontada por um grupo de alunas, que alegavam se sentir “desconfortáveis” com sua presença. A situação rapidamente se agravou, gerando um bate-boca generalizado e causando tumulto dentro da unidade.
A Polícia Militar foi acionada para conter os ânimos e garantir a segurança de todos os presentes. Ao menos duas pessoas envolvidas na discussão registraram boletins de ocorrência na delegacia, sendo um por constrangimento ilegal e outro por possível transfobia — crime previsto pela decisão do Supremo Tribunal Federal que equiparou atos de discriminação contra pessoas trans à Lei do Racismo.
A artista, que já frequentava a academia há alguns meses, usou as redes sociais para denunciar o caso, afirmando que sofreu discriminação e constrangimento público. “Fui humilhada por simplesmente exercer meu direito. É um espaço público e eu sou uma mulher”, declarou Maria em um vídeo que já circula com milhares de visualizações.
A Delegacia Especializada em Crimes de Discriminação Racial e por Orientação Sexual (DECRDOS) deve investigar o caso. Caso seja configurado o crime de transfobia, os responsáveis podem ser processados criminalmente.
