O que deveria ser o início triunfal da COP30 em Belém virou um caos molhado nesta quarta-feira (13). Um temporal forte atingiu o centro de imprensa montado para a conferência climática, causando rompimento do teto, infiltrações intensas e alagamentos que encharcaram mesas, equipamentos e até um extintor de incêndio. Imagens registradas por jornalistas no local mostram água escorrendo como cachoeira pelas paredes, painéis de gesso desabando e profissionais correndo com capas de chuva para salvar notebooks e microfones.
A estrutura, instalada especialmente para receber centenas de repórteres de todo o mundo, transformou-se em minutos em um cenário de enchente urbana. Cabos elétricos ficaram expostos em poças, e a evacuação foi imediata. “Era água por todo lado. Parecia que o teto inteiro ia desabar”, relatou um repórter presente, que preferiu não se identificar. A organização da COP30, em nota enviada à imprensa, informou que “medidas emergenciais foram adotadas imediatamente para garantir a segurança e o pleno funcionamento do espaço nos próximos dias”.
Equipes de manutenção trabalhavam durante a tarde para reparar os danos, mas o incidente já circula em vídeos e fotos entre delegações e ativistas. Belém, escolhida como sede da conferência por sua localização na Amazônia, vive a ironia climática em tempo real: enquanto líderes discutem enchentes e eventos extremos, o próprio evento enfrenta um.
Meteorologistas preveem mais chuvas intensas nos próximos dias, o que aumenta a pressão sobre a infraestrutura temporária. O episódio não interrompeu as sessões principais da COP30, que seguem no Hangar – Centro de Convenções, mas expôs fragilidades logísticas em um dos maiores eventos globais do ano. Para muitos, é um lembrete simbólico: falar de adaptação climática é uma coisa; sobreviver a ela, outra bem diferente.Até o momento, não há registro de feridos. O centro de imprensa deve voltar a operar parcialmente ainda hoje, mas com um aviso claro: na Amazônia, a chuva não espera protocolo.