Por recomendação médica, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não participará presencialmente do julgamento desta terça-feira (02) no Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo aliados próximos, Bolsonaro tem enfrentado uma piora em um quadro de soluços intermitentes que se arrasta desde a facada sofrida em Juiz de Fora, em 2018, e que, recentemente, se agravou, provocando irritação no esôfago, vômitos frequentes e rouquidão.
Fontes próximas relatam que os episódios de soluço intenso, em alguns momentos, se transformam em crises de náusea e vômito, afetando diretamente a garganta. “Ele disse que isso machucou a voz, que não está boa”, afirmou um interlocutor. Médicos que acompanham o ex-presidente consideraram a fragilidade física um fator de risco diante da longa sessão prevista no plenário do STF.
Além do aspecto médico, auxiliares ponderaram que a presença de Bolsonaro no tribunal poderia gerar desgaste político, já que a imagem de fragilidade poderia se sobrepor à estratégia de reforçar a narrativa de que o ex-presidente seria alvo de perseguição judicial. Por esse motivo, a decisão foi acompanhá-lo à distância, de sua residência em Brasília, cercado pela família.
O histórico de problemas de saúde de Bolsonaro não é recente. Desde a facada em 2018, ele enfrenta complicações digestivas recorrentes, que já resultaram em internações e cirurgias. Nos últimos meses, porém, os soluços voltaram a se intensificar, obrigando-o a reduzir compromissos públicos e até a evitar longas conversas. A rouquidão também tem sido percebida por visitantes em sua residência.
Nesta terça-feira, Bolsonaro acompanha a sessão em sua casa, acompanhado de três dos filhos — Eduardo, que está nos Estados Unidos, e Flávio, que cumpre agenda no Congresso, não comparecem. Ele deve se manter informado em tempo real sobre cada voto dos ministros do STF.
Do lado jurídico, a defesa do ex-presidente deve reforçar a tese de que não houve tentativa de golpe, mantendo a estratégia de questionar a condução do processo e enfatizar suposta perseguição política. A expectativa é de que o julgamento, acompanhado com atenção pela classe política e pela opinião pública, possa ter desdobramentos importantes para o cenário eleitoral e jurídico do país.