O brutal assassinato de Samuel Alves dos Reis Cavalcante, de 22 anos, chocou a comunidade de Folha 35, no Núcleo Nova Marabá. O crime, ocorrido em 1º de março de 2024, inicialmente foi tratado como um disparo acidental, mas investigações revelaram uma trama perturbadora. Jessyka Barbosa Sampaio, de 26 anos, madrasta da vítima, foi presa na tarde desta quarta-feira (15/5) sob a acusação de assassinato com motivação passional.
Samuel, que vivia com Jessyka e seu pai de criação desde os 14 anos, foi morto com um tiro na nuca após expressar o desejo de deixar a casa. Segundo informações policiais, Jessyka pegou uma arma de fogo e disparou contra ele, levando-o a óbito instantaneamente. No dia do crime, ela alegou aos policiais militares que a arma havia disparado acidentalmente enquanto Samuel a manuseava. Esta versão, porém, não convenceu os investigadores.
A Polícia Militar chegou rapidamente ao local, encontrando Jessyka ao lado do corpo de Samuel. Eles isolaram a cena do crime e acionaram as equipes da Polícia Científica e Judiciária. Inicialmente, o Instituto Médico Legal (IML) removeu o corpo de Samuel, acreditando tratar-se de um acidente. Contudo, a análise detalhada dos investigadores do Departamento de Homicídios da Polícia Civil trouxe à tona uma nova narrativa.
O delegado Leandro Pontes, responsável pelo caso, destacou inconsistências na versão de Jessyka. A posição do tiro – na nuca e não no pescoço – suscitou dúvidas imediatas sobre a hipótese de acidente. “Eles tinham um relacionamento amoroso e no dia que a vítima iria sair de casa, ela ceifou a vítima pelas costas, com um tiro na nuca”, revelou o delegado Leandro Pontes.
A descoberta de um relacionamento amoroso entre Jessyka e Samuel trouxe um novo ângulo ao caso. Segundo o delegado, Jessyka não aceitou a decisão de Samuel de deixar a casa, e em um momento de desespero, decidiu matá-lo. Desde então, Leandro Pontes e sua equipe trabalharam discretamente, monitorando os passos de Jessyka e reunindo evidências para sustentar a acusação de homicídio.
Após 76 dias de investigação, o pedido de prisão preventiva de Jessyka foi deferido pelo Poder Judiciário e executado pela Polícia Civil nesta quarta-feira (15). Jessyka foi encontrada nos fundos da casa onde o crime aconteceu e detida sem resistência. Ela foi encaminhada na última quinta-feira (16) para a Unidade de Custódia e Reinserção Feminina (UCRF) de Marabá.