Jeremias Costa Silva, cabo da Polícia Militar, enfrentará um julgamento popular nesta segunda-feira pelo assassinato da transexual Manuella Otto, ocorrido em 13 de fevereiro de 2021. A audiência será presidida pelo juiz James Oliveira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Manaus.
O réu é acusado de ter atirado no peito de Manuella Otto dentro de um motel. A defesa de Jeremias alega legítima defesa, sustentando que a vítima teria tentado tomar sua arma, o que teria levado ao disparo fatal. O advogado do cabo baseia sua estratégia na narrativa apresentada pelo acusado.
No dia seguinte ao crime, em 14 de fevereiro de 2021, Jeremias Costa Silva compareceu à Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) acompanhado de sua advogada. Optando por exercer seu direito de permanecer em silêncio, ele não prestou depoimento na delegacia e aguardou para se pronunciar apenas em juízo. Como não estava em flagrante e não havia mandado de prisão contra ele, Jeremias não ficou sob custódia.
O delegado Charles Araújo, responsável pelo caso, informou que durante as investigações foi possível confirmar que o veículo registrado nas filmagens do sistema de segurança do motel pertencia ao cabo da Polícia Militar.
“Ele veio à delegacia, não respondeu aos questionamentos da autoridade policial, é um direito que lhe cabe. Compete a nós continuar a investigação. Temos várias imagens do crime, algumas já foram divulgadas na imprensa, mostrando um homem saindo do local com uma camisa cobrindo a cabeça para dificultar a identificação. Em seguida, ele arromba a porta do estabelecimento usando o carro. Nosso trabalho é levantar as provas necessárias para identificar o homem. O principal suspeito é um policial militar, mas estamos explorando outras hipóteses”, declarou o delegado.