Manaus (AM) – Na manhã desta sexta-feira (03/10), o Ministério Público do Amazonas (MP-AM) apresentou detalhes sobre a operação que resultou na prisão do vereador Rosinaldo Bual (Agir). A ação, que mobilizou dezenas de investigadores, cumpriu 17 mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva, todos relacionados a um esquema de rachadinha e lavagem de dinheiro dentro da Câmara Municipal de Manaus.
De acordo com o promotor responsável pelo caso, as investigações identificaram que o parlamentar mantinha uma alta rotatividade de servidores em seu gabinete, prática utilizada para mascarar o esquema. Aproximadamente 50 funcionários foram contratados, mas parte dos salários — em alguns casos, até metade da remuneração — era devolvida ao vereador, passando antes por quatro a cinco pessoas da equipe de confiança dele, que articulavam toda a operação.
Durante o cumprimento dos mandados nesta sexta-feira, foram apreendidos três cofres, dois cheques no valor de R$ 500 mil cada, além de uma quantia milionária em dinheiro vivo encontrada nas residências e escritórios ligados ao vereador. O montante era tão elevado que foi necessária a utilização de máquinas de contagem cedidas por um banco privado para calcular e lacrar os valores, que agora estão sob custódia judicial. Segundo o MP, a quantia pode ultrapassar R$ 2,5 milhões.
Também foi apreendida uma arma de fogo em situação irregular, o que levou a um flagrante por porte ilegal de arma.
O Ministério Público destacou ainda que há indícios de que os recursos desviados eram utilizados não apenas para benefício pessoal do vereador, mas também em possíveis operações de agiotagem. Até o momento, não há provas de ligação direta com o tráfico de drogas, hipótese levantada em boatos, mas descartada pelo promotor.
A chefe de gabinete do parlamentar é apontada como a principal articuladora financeira do esquema, sendo responsável por recolher os valores dos servidores e repassá-los ao vereador.
Rosinaldo Bual deve responder pelos crimes de:
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Peculato
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Concussão
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Associação criminosa
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Lavagem de dinheiro
O Ministério Público informou que pretende oferecer denúncia formal já na próxima semana, respeitando os prazos do Código de Processo Penal, e reforçou que as investigações continuam.