SAÚDE — Nesta quinta-feira, 29, Dia Nacional de Combate ao Fumo, dados recentes revelam preocupações crescentes sobre o impacto do tabagismo no Brasil. Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde de 2019, cerca de 12,6% da população brasileira é fumante, o que representa aproximadamente 20 milhões de pessoas. A situação em 2024 é agravada pela popularidade crescente do cigarro eletrônico entre crianças, adolescentes e jovens.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o consumo de tabaco é responsável por aproximadamente 443 mortes diárias no Brasil, resultando em cerca de 161.695 mortes ao ano. O Instituto Nacional do Câncer (INCA) aponta que o tabagismo é a principal causa de 90% das mortes por câncer de pulmão em homens e mulheres e pode desencadear câncer em outros órgãos, além de doenças como a leucemia mieloide aguda. Para 2024, o INCA projeta mais de 14 mil novos casos de câncer em mulheres e 18 mil em homens.
Se o comportamento dos fumantes permanecer o mesmo, a Fundação do Câncer estima um aumento de mais de 65% na incidência de câncer e 74% na mortalidade por câncer de pulmão até 2040. Os custos relacionados ao câncer de pulmão são estimados em R$ 9 bilhões, enquanto os impostos arrecadados pela indústria do tabaco cobrem apenas 10% dos R$ 125 bilhões que representam o custo total anual das doenças relacionadas ao tabaco.
O tabagismo é mais prevalente entre os homens, com 15,9% deles sendo fumantes. No entanto, 9,2% das mulheres brasileiras também fumam, enfrentando riscos graves, especialmente em casos de gestação. Fumar durante a gravidez pode resultar em parto prematuro, baixo peso ao nascer, malformações congênitas e síndrome da morte súbita do recém-nascido.
Além das vítimas diretas, o tabagismo passivo contribui para 1,3 milhão de mortes em todo o mundo a cada ano. O impacto do tabaco vai além do câncer, afetando múltiplas partes do corpo e comprometendo a saúde geral dos indivíduos.
Diante desse cenário, as autoridades de saúde pública reforçam a necessidade de intensificar as ações preventivas e educacionais, principalmente entre os jovens, para reduzir o impacto do tabagismo no país e proteger futuras gerações dos malefícios do tabaco.