O Sangue, a Cruz e o Vazio do Túmulo: A Páscoa que Transforma

17 de abril de 2025 às 19:28 - Horário de Manaus

Por Redação Vizinho TV Para o Vizinho TV

Se alguém lhe perguntasse o que você celebra na Páscoa, qual seria sua resposta? Para muitos, a data gira em torno dos ovos de chocolate, coelhos coloridos e vitrines temáticas. Outros talvez mencionem, ainda que vagamente, a ressurreição de Jesus e algumas passagens bíblicas.

Mas, segundo a perspectiva cristã evangélica, a Páscoa vai muito além de um feriado cultural ou uma tradição religiosa. Ela representa o centro da fé cristã — uma narrativa de libertação, sacrifício e vida eterna que começa bem antes do Novo Testamento.

Uma História Que Começa no Egito

A origem da Páscoa remonta ao Antigo Testamento, quando os israelitas viviam sob a escravidão no Egito. O evento é registrado no livro de Êxodo, com Deus intervindo de forma milagrosa após o clamor do povo. A décima e última praga — a morte dos primogênitos — foi evitada por aqueles que seguiram uma ordem divina: sacrificar um cordeiro sem defeito e marcar as portas com o sangue do animal.

Esse ato marcou a primeira Páscoa, chamada Pessach (do hebraico, “passar por cima”), simbolizando a salvação dos lares protegidos pelo sangue. A partir dali, os israelitas foram libertos, e esse episódio passou a ser celebrado anualmente como sinal da fidelidade de Deus e do poder redentor.

O Cordeiro de Deus: Uma Promessa Cumprida

Séculos depois, essa tradição ganha um novo sentido na figura de Jesus. Ao partilhar a última ceia com seus discípulos, durante a celebração da Páscoa judaica, Cristo associa sua morte iminente ao cordeiro pascal. Para os evangélicos, Ele não apenas segue um ritual; Ele o cumpre e ressignifica.

João Batista anuncia Jesus como “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (João 1:29). Seu sacrifício na cruz, ocorrido durante a Páscoa, é visto como a concretização do plano divino: a oferta perfeita que substitui todos os sacrifícios temporários e aponta para a redenção eterna.

A Ressurreição: Pilar da Fé Cristã

Mas a narrativa cristã não termina no sacrifício. O túmulo vazio, três dias após a crucificação, representa o triunfo sobre a morte. Para o apóstolo Paulo, “se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa fé” (1 Coríntios 15:17).

A ressurreição não é apenas um milagre isolado, mas a validação da vitória de Cristo sobre o pecado e a morte. Ela é, também, a base da esperança cristã: se Ele venceu a morte, aqueles que creem n’Ele também viverão.

Páscoa: Um Chamado à Vida Diária

Para os cristãos, a Páscoa não deve ser reduzida a um evento anual. A verdadeira celebração acontece diariamente, na forma como se vive: com gratidão, liberdade, fé e amor. Ser “alguém redimido” significa refletir essa transformação nas relações, nas escolhas e na maneira de enfrentar desafios.

Mesmo diante das distrações comerciais — coelhos, chocolates, promoções —, o cristão é chamado a resgatar o significado profundo da data. Não se trata de rejeitar tradições culturais, mas de lembrar o verdadeiro foco: a obra de Cristo.

Muito Mais que um Feriado

A mensagem da Páscoa é clara: Deus ofereceu redenção, não como recompensa por méritos humanos, mas como expressão máxima de Sua graça. Em um mundo que frequentemente banaliza símbolos religiosos, a celebração da ressurreição é um convite à reflexão, à transformação e à prática do amor.

Afinal, quem foi alcançado por tamanha graça só pode responder com vida nova — e com amor que transborda.