“Vocês iam matar meu bebê”: mãe denuncia erro médico em maternidade da prefeitura Moura Tapajós em Manaus

17 de julho de 2025 às 16:39 - Horário de Manaus

Por VizinhoTV Para o Vizinho TV

MANAUS – (AM) – Uma gestante de sete meses denunciou a Maternidade Doutor Moura Tapajós, localizada no bairro Compensa, zona oeste da capital amazonense, após receber um diagnóstico incorreto de morte fetal. O caso ocorreu na noite da última segunda-feira (8) e ganhou repercussão nas redes sociais após o desabafo da mãe, Jéssica Araújo, de 30 anos.

De acordo com a denúncia, Jéssica procurou atendimento na unidade municipal após sentir dores pélvicas. Durante o exame clínico, a médica plantonista não conseguiu identificar os batimentos cardíacos do bebê e a encaminhou para uma ultrassonografia. O exame, segundo relato da paciente, confirmou a ausência de batimentos. “Ela me disse que já suspeitava do óbito e que o exame era apenas para confirmar. Mas eu gritava dizendo que sentia ele se mexendo. Ela respondeu que eram apenas gases”, contou a mãe.

Com o suposto laudo de óbito em mãos, Jéssica foi orientada a aguardar a indução do parto. No entanto, devido à falta de leitos disponíveis, o procedimento não foi realizado imediatamente. Diante da demora e ainda sentindo movimentos do bebê, a gestante procurou uma segunda opinião médica no Instituto da Mulher Dona Lindu, na zona centro-sul da cidade.

No novo atendimento, os profissionais realizaram novos exames e constataram que o bebê estava vivo e com batimentos cardíacos dentro da normalidade. O diagnóstico anterior foi descartado, e a gestante foi orientada a manter o pré-natal e observação médica.

“Eles iam matar meu filho! Só não fizeram porque não tinha leito disponível”, afirmou Jéssica, emocionada, em vídeo publicado nas redes sociais. O bebê, que se chamará Jorge, continua sendo monitorado.

Secretaria abre investigação

Em nota oficial, a Secretaria Municipal de Saúde de Manaus (Semsa) informou que instaurou um procedimento interno para apurar o caso e identificar eventuais falhas no atendimento. A pasta também destacou que, até o momento, “não houve intercorrências durante o acolhimento clínico” e que aguarda os desdobramentos da apuração para eventuais medidas administrativas.

A reportagem entrou em contato com a direção da Maternidade Moura Tapajós, mas até a publicação desta matéria, não obteve retorno.

Direito à reparação

A família informou que irá buscar responsabilização judicial pelo erro médico e pela negligência. Especialistas em direito da saúde apontam que casos como esse, se comprovados, podem configurar falha grave na conduta profissional, cabendo indenização por danos morais e psicológicos à paciente.

O caso acende um alerta sobre a qualidade da assistência obstétrica na rede pública de Manaus, que enfrenta sobrecarga, falta de infraestrutura e carência de profissionais qualificados, segundo denúncias recorrentes de usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS).