Durante a sessão plenária da Câmara Municipal de Manaus (CMM) nesta segunda-feira (29/9), o vereador Roberto Sabino (Republicanos) chamou atenção ao levar à tribuna um tema inusitado: a briga generalizada que encerrou a luta entre Acelino “Popó” Freitas e Wanderlei Silva, no evento Spaten Fight Night 2, realizado na noite de sábado (27/9).
O comentário ocorreu logo após o parlamentar discursar sobre a Conferência de Liderança Política da Assembleia de Deus no Amazonas (Colpadam), que reuniu líderes religiosos e políticos. Ao mudar bruscamente de tema, Sabino declarou estar espantado com a confusão no ringue, comparando a cena a um filme de luta:
“Já vi alguns filmes feitos em cenários, mas um filme ao vivo de tanta pancadaria nunca tinha assistido, como na luta de Popó com aquele outro lutador [Wanderlei]. Jamais imaginei que ia assistir a um filme real mesmo, de luta, de dar murros e ver aquela situação tão incrível. Foi algo espantoso, uma cena real que não precisou de cinegrafistas ou cenário para ser montada. Realmente foi algo incrível, ao vivo e a cores”, declarou Sabino.
No entanto, enquanto o vereador se impressionava com a briga no ringue, Manaus continua enfrentando problemas graves: transporte público precário, ruas esburacadas que já causaram acidentes fatais, e lixo acumulado nas vias. Entre os casos recentes, uma mãe grávida morreu após cair de moto em um buraco na Avenida Djalma Batista, e uma jovem perdeu a vida ao bater em lixo deixado pela Prefeitura no meio da rua.
A população questiona se o parlamentar realmente contribui para resolver os problemas da cidade ou se seu discurso evidencia uma desconexão com as necessidades reais de Manaus. Para muitos, subir à tribuna para comentar uma luta enquanto cidadãos continuam morrendo por falta de infraestrutura básica reforça a sensação de inércia da política local.
“É fácil se impressionar com um espetáculo de pancadaria e ignorar os problemas que afetam vidas todos os dias. O que Manaus precisa são ações concretas, não aplausos para cenas de ringue”, afirmou um analista político.