Greve histórica: professores vestem luto e bloqueiam Prefeitura contra “PL da Morte” de David Almeida

18 de novembro de 2025 às 18:15 - Horário de Manaus

Por Redacao VizinhoTV Para o Vizinho TV

Manaus (AM) – Na manhã desta terça-feira (18), centenas de professores e pedagogos da rede municipal, organizados pelo Asprom Sindical, tomaram a calçada e parte da Avenida Brasil, em frente à sede da Prefeitura de Manaus, em novo capítulo da guerra contra o Projeto de Lei Complementar nº 8/2025, batizado pela categoria como “PL da Morte”.
Vestidos de preto e com faixas de luto, os manifestantes deitaram no chão em cena dramática, simbolizando a “morrer trabalhando”, e bloquearam temporariamente o trânsito no local.

O PLC, aprovado em segundo turno na Câmara Municipal de Manaus na noite de segunda-feira (17) por 28 votos a 10 (e três ausências), agora está nas mãos do prefeito David Almeida (Avante), que tem 15 dias úteis para sancionar ou vetar. A gestão municipal já sinalizou que vai sancionar o texto sem alterações, alegando necessidade de adequação à Emenda Constitucional 103/2019 e equilíbrio financeiro da ManausPrev.Entre os pontos mais contestados pelos educadores estão:

  • Elevação da idade mínima de aposentadoria para mulheres de 55 para 62 anos e para homens de 60 para 65 anos
  • Aumento do tempo mínimo de contribuição de 20 para 25 anos
  • Fim da integralidade e paridade para quem ingressou após 2003
  • Redução do valor da pensão por morte para 60% + 10% por dependente

 

 

“Esse projeto condena a professora a morrer de pé dentro da sala de aula. É misógino, cruel e feito sem diálogo”, gritou a coordenadora do Asprom Sindical, Helma Sampaio, ao megafone, enquanto colegas choravam e aplaudiam.A greve da rede municipal, iniciada em 13 de novembro, já atinge cerca de 35% das 501 escolas, segundo o sindicato. Durante o protesto desta terça, faixas com os dizeres “David, não sancione a nossa morte” e “Prefeitura sangra os professores” dominavam o cenário.
A PM e agentes do IMMU acompanharam o ato de perto, mas não houve registro de confronto.Em nota curta, a Prefeitura de Manaus reiterou que “a reforma é necessária para garantir o pagamento de aposentadorias futuras” e que “os direitos adquiridos estão preservados”. Já o Asprom promete manter a greve por tempo indeterminado e anuncia novas ações caso o prefeito sancione o projeto: “Se ele assinar, a cidade vai parar de vez. A responsabilidade será toda dele”, avisou a direção sindical.
O relógio corre. Manaus assiste, em tempo real ao maior embate entre educadores e a gestão David Almeida desde o início do mandato.