BRASIL – Um vídeo que está viralizando no TikTok tem gerado grande repercussão nas redes sociais. Nele, uma jovem de 18 anos aparece levando seu bebê reborn — um boneco hiper-realista batizado de Bento — até uma unidade hospitalar, após alegar que ele estaria passando mal.
O registro mostra a jovem relatando seu dia a dia com o boneco como se ele fosse uma criança real. Em um dos trechos mais comentados, ela afirma que levou Bento ao hospital porque ele apresentava sinais de febre. Visivelmente nervosa, ela relata que foi acolhida por uma enfermeira, que procurou tranquilizá-la durante o atendimento. “Ela me acalmou e disse que ia ficar tudo bem”, contou a jovem no vídeo.
Ainda segundo o relato, após ser “examinado”, o boneco foi “medicado” e alimentado com leite que, segundo a jovem, teria sido retirado em casa antes da ida ao hospital. A afirmação gerou uma série de comentários e dúvidas entre os usuários: tratava-se de leite materno real? Ou uma simulação? A ausência de respostas claras só aumentou a curiosidade do público e o alcance do vídeo.
O episódio reacendeu discussões sobre o uso de bebês reborn fora de contextos terapêuticos e o estado emocional de pessoas que desenvolvem laços profundos com esses bonecos. Especialistas alertam que, embora o uso de reborns possa ter funções terapêuticas legítimas — como no tratamento de idosos com Alzheimer, pessoas em luto ou pacientes com transtornos emocionais —, a linha entre apoio psicológico e delírio pode ser tênue em alguns casos.
A situação ocorre em meio a uma polêmica nacional: tramita em alguns estados um projeto de lei que propõe proibir o atendimento a bebês reborn no Sistema Único de Saúde (SUS). A justificativa é de que o uso de recursos públicos em atendimentos a bonecos configuraria desvio de finalidade e mau uso do sistema.
Profissionais de saúde mental, no entanto, criticam a proposta e defendem que a discussão deve ser tratada com seriedade, empatia e base científica. “O uso terapêutico dos bebês reborn, quando indicado por profissionais e integrado a estratégias clínicas, pode trazer benefícios reais”, afirma uma psicóloga consultada pela reportagem.
Enquanto o vídeo da jovem com Bento continua circulando, o caso serve como ponto de partida para reflexões mais amplas sobre saúde mental, empatia, limites da fantasia e responsabilidade no uso dos recursos públicos.
Veja vídeo: